O ritual individual: O sussurro do bruxo ao pé do ouvido da Mãe-terra.
Imaginemos uma celebração, alegria, êxtase, dança e música sagrada, vozes firmes junto aos Deuses e um grande círculo de adeptos. É o sonho de muito sacerdote ser mais um na multidão de pagãos numa celebração sagrada. Infelizmente não é a realidade da comunidade pagã em geral na atualidade. Muitos de nós estamos sós numa família numerosa. E o ritual adaptado para o solitário nem sempre nos é satisfatório. Nem sempre podemos nos deixar livres, pois provavelmente temos vizinhos próximos.
Bem, o que faço nesses casos é “celebrar em sussurro”...
Neste Samhain, fiz tudo só. Tenho um quintal grande e gramado, fogueira boa, bebidas, comidas, tambores, flautas e tudo mais que um pagão precisa para a festa de seus antepassados-e-além. Além disso tenho vizinho que já me consideram exêntrico, dormem cedo, e definitivamente, não compreenderiam minha prática religiosa.
Depois de uma bela janta de Samhain, primeira sopa que faço sozinho(ficou boa apesar do pouco sal!), deixando um prato cheio, um pão e uma taça de vinho aos espíritos antigos( Considerado “- uma oferenda!!!!!??!!” hehehe... por visitantes não pagãos.) Sai ao quintal para celebrar. Minha prática não é exatamente wiccana ou druídica apesar da influência clara. É um tanto minimalista e primitiva (quem me conhece sabe que tenho uma tendência a voltar ao tempo da pedra lascada... hehe). Chamo de prática local. É o modo “faça local e pense global” em meus rituais.
“- As fadas escutam com atenção quando sussurramos” -Um amigo sacerdote me ensinou faz um tempinho. E é a partir daí que baseio meus cantos e encantos. Tocando o tambor com as mãos ao invés de usar o meu bastão de Brigit, tocar a flauta mais grave ao invés da mais aguda. Socar com o cajado na terra e não no concreto( óbvio Né!). Acabou criando um clima mais místico do que eu mesmo intencionava. Senti que ao soar baixo, me ligava e entrava em maior concordância com as próprias vibrações da terra. Não estava lá sozinho. Era a festa dos espíritos antigos e eu não os afugentava. Ri e chorei relembrando minhas linhagens. Pronunciando o nome dos que já se foram e honrado as suas memórias, seus feitos.
Pois bem, me parece que ao sussurrar, minhas intenções foram mais longe do que um grito.
Bênçãos a todos.
Bruno A. Oliveira - MestreDeGuerraPagã
Celebração
Há uma semana
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