segunda-feira, fevereiro 15, 2010

Encontronimimesmo...

Vívido,
Sonhei com o touro da floresta.
Negro como a
Sombra da montanha do desespero,
Elevava seu estandarte místico.
Como a lua que nos sorri, de prata amolada,
Os chifres se estendem alto
Tal qual aquela foice.
E Ele me esperava.
Um ser de pura potencialidade. Pura e latente
Possibilidade.
Ritualmente pintado, bufa.
Tremo em meus joelhos escoriados.
E permaneço.
Há sangue em minhas pernas
E secura em minha boca.
Palavras se amedrontam
E desaparecem de minha voz.
De cascos pesados, Bufa.
Minha lança perdida não me serve.
Minha flauta partida não me serve.
Meu punhal maligno
não me serve.
Só eu, pintado por meus irmãos mortos.
Urro, em puro deleite, a canção da morte.
De pé, fitando-lhe os olhos,
Bufo.

Bruno Oliveira – 15/02/2010

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