Depois do nascer do sol um sonho me veio.
Cenas de bordas enevoadas.
Andei só numa terra silenciosa.
Passei sem trégua pelo portão pequeno
Passei sem hesitar pelo portão forte
Subi a escada espiral como se reta fosse.
Parei, sereno, ante o terceiro portão.
Bati, gentil o suficiente, à porta.
Não havia porteiro a me perguntar quem era.
E você abriu sem perguntar.
Eu era um intruso no tempo e no espaço.
E você, anfitriã, falsamente surpresa.
O refúgio da sacerdotisa estava cheio.
Poderia reconhecer cada um pelo nome.
Era um festim de carne, cerveja, vinho e cereais.
Eu, intruso, não entrei.
Fiquei, portanto, à soleira, na mira de todos.
Ofereceu-me comida.
Ofereceu-me bebida.
Aceitei.
Mas só depois de minha tarefa.
E assim foi.
Você veio e os outros ficaram.
O terceiro portão se fecha e fico de fora.
Só, contigo.
Trocando palavras, me desculpo.
Trocando gestos, assumo.
Eu, pequeno, sou segurado pelos ombros.
Faz-me segurar teus seios e dizer palavras
De poder.
Talvez juras, talvez revelações, talvez confissões.
E sem inimigo eu saio.
Não sei se voltei ou entrei a terceira porta.
Só sei que o sonho que tive foi esse.
Cumprido o objetivo,
Tudo se desfaz em névoa e brisa.
Acordo.
19/02/10
Bruno Oliveira - MestreDeGuerraPagã
Celebração
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