domingo, junho 07, 2009

´Retrógradas carniválias pedagógicas


Tien gou - A persistente montanha com seus cristalinos rios entra em erupção trazendo as mais fortes ventanias aos mais altos salões das tempestades.

Orra! Orra! Are, are, vae!

Alguma síntese sai por ai....

Ainda vivo o caminho das trilhas íngremes, tortas, tortuosas e hilárias.
Onde cada passo dado, três penas de minhas asas caem.
Três pelos de meu bigode se encrespam.
Três dias de meu passado somem.
Duma trança de fios embolotados as devifiandeiras marionetam...-me.
O que desejam fazem.
O amor, quente deleite de minha arqueomâezinha, me faz, parado, dançar.
De cara fechada, sorrir.
De sono profundo, viajar.
De repente entoado, soar. A trombeta do satisfeito.
Mas ainda sim. Assim eu sou. Amarrotado.
Minha carne de leve toque deve ser fraca. Não apalpo o desejo profundo.
E me escapa.
Diante das emoções conflitantes, minha guarda baixa.
E a fera, que consegue olhar para os dois lados, afasta.
Minha festa, de farta és falsa.
Sem flechas, meu pássaro já sem penas, escaças.
Não alcanço a pressa da fera, que nunca faria presa.
Que me faz, com meu tempo morto, tanta falta.

Bruno Oliveira
Carcará Avoador dos Caminhos Tortos
07/06/09 - 14:00

sábado, junho 06, 2009

Faloeseios


A Terra é sagrada. Todo pagão escuta, fala e lê isso frequentemente. Cantamos à sua generosidade e damo-lhes nomes que se tornam divinos. Cultuamos tais nomes e eventualmente cada nome ganha um novo significado e personalidade distinta. Personalidades até mesmo antagônicas! Assim é a Terra. Mãe e Pai, vale e montanha. Das janelas de minha casa, no Sana, um distrito da região serrana de Macaé, eu vejo estas duas paisagens guardiãs: Um pico e um vale entre morros. Não há como sabermos qual o nome era dado a essas duas figuras pelos Nativo-Brasileiros que por aqui viveram, mas hoje em dia são chamados de pico Peito do Pombo e de Vale do Santana (mais conhecida como Vale das Pirâmides). Um é o sentinela, atento lá do alto com sua altura privilegiada, como um gigante pássaro negro empoleirado. Um totem fálico, pico, pássaro. Considerado um índio gigante sentado em observação desde eras remotas por alguns. Localizado à oeste, onde o Sol morre em determinada época do ano. É a paisagem-símbolo do Sana. A outra, as “pirâmides” do Sana é o Vale do Santana. Na mitologia cristã, Santana (Santa Ana) é a mãe de Maria, a avó do cristo. São dois morros quase idênticos que vistos do centro do distrito são como duas pirâmides colossais unidas. Projetam-se como mamas de uma giganta e entre eles desce um córrego tendo o mesmo nome. E é à margem deste córrego, o vale das Pirâmides, que moro. Se localizam à leste e o sol nasce entre os morros em determinada época do ano. Então o que tenho? Eu, como pagão que crê na Deusa e no Deus seu consorte, me sinto privilegiado. Posso dizer que durmo embalado, literalmente no seio da Mãe. Poderia até mesmo fazer uma analogia ao desconcertante (Para alguns) Baphomet já que temos num mesmo “corpo” os seios e o falo. E bem no umbigo disso tudo se estabeleceu o centro do Sana, o arraial. A terra é o corpo da Deusa. Das runas que retiro das pedras dos rios, das cascas de arvores, do caroço de abacate, ou do barro moldado, não vejo diferença. Tudo é raiz. Que nos conecta diretamente com o coração, a mente e o útero da Grande Mãe...

quinta-feira, junho 04, 2009

Na estrada... o caminho é incerto

Eu não posso te ver
Eu não posso te ouvir
Você existe?

Eu não posso te sentir
Eu não posso te tocar
Você existe?

Eu não posso te provar
eu nada posso
Você realmente existe?


(Traduzido e adaptado....)