terça-feira, maio 19, 2009

Ochi chyornye
(Russo Tradicional)

Ochi chyornye, ochi zhguchie
Ochi strastnye i prekrasnye
Kak lyublyu ya vas, kak boyus' ya vas
Znat' uvidel vas ya ne v dobryj chas


Ochi chyornye, ochi plamenny
I monyat oni v strany dal'nye
Gde tsarit lyubov', gde tsarit pokoj
Gde stradan'ya net, gde vrazhdy zapret


Ochi chyornye, ochi zhguchie
Ochi strastnye i prekrasnye
Kak lyublyu ya vas, kak boyus' ya vas
Znat' uvidel vas ya ne v dobryj chas


Ne vstrechal by vas, ne stradal by tak
Ya by prozhil zhizn' ulybayuchis'
Vy zgubili menya ochi chyornye
Unesli na vek moyo schast'e


Ochi chyornye, ochi zhguchie
Ochi strastnye i prekrasnye
Kak lyublyu ya vas, kak boyus' ya vas
Znat' uvidel vas ya ne v dobryj chas

segunda-feira, maio 18, 2009

É ela
Cúrvea dama do céu noturno
Negra tatuada de estrelas
Teu ventre luminoso, luna
Ilumina eu
Este, de espectro idoso

Minhas mãos, calejas
Na pele ainda vivapulsante
De vosso tambor
Rombudo elegante
Totem de meu sangue
Ancião reveloso

Dama do céu noturno
Larga, de horizonte
A horizonte
Embarca tudo
Meu centro
Teumbigo-minhamorte
Minha fonte

Ouça, rainha nua
Sou jovem!
Da ciranda chuvosa da lua
Admiro, estudante
A evolução percusiva
De meus passos deselegantes.

Sinuosa serpente do mistério
Serei eu também
Teu véu?
Que quando na sacra hora acordas
Estarei eu, mais ninguém
Como Réu.

Detrás do tambor alegre
Ancestral e profundo
Culpado pelo pulsar
Velho de eras
Trago esta imensa tempestade
Deusa, dê-me este mel
De tua cintura
Meu festejo
de fim de mundo

(18/05/09)

já em Abril..

Nós somos o todo que há de inexistente.

Sustentados pela fugaz tensão interna

que nos torna diante de nós mesmos

dementes.

Talvez como se fosse por encanto

Tivesse o susto entrado e banido

-de novo- a mente.

E vós que por enquanto veste

a máscara ardente do mito que mente

É abraçado ao todo e por completo

Por algo assim

tipo eu. Ausente.


(04/09)

Vontades de Maio

Pertenço à minha vontade

Minha vontade é escrava

Aí contida, é liberdade

Que á tranca eu voava


Num plano alto desejava

Te miro no passado desejoso

Das mil vezes que errei

Todas, acertavas.


Diante das grades, fico

Amoado, gargalho rios

Irresistível senda, grito

Fico

Mas minhas asas passam.


16/05/09

domingo, maio 17, 2009

Amanacy - Mãe da chuva

Amaná chuva

Vem cá mamãe pegar

Não larga ela de teu colo

Não deixa a chuva aqui chuá

Amanacy minha mãe

E mãe da chuva

Minhas mãos estão negras

Pra fuligem de fumo

Fogueira e festa

Amanacy deixa Jacy olhar

Vem cá dançar

Vem cá cantar

Mas não deixa a chuva

Cair nesse terreiro

Neste chão pisado de terra

Pois farei festa o dia inteiro

Banquete de dança agarrada

Bebemos no calor do fogo

Os cantos de meus avós lembrados

Entoados no meio de riso e choro

A fertilidade farta que te alegra

Tamborzada, chocalho e coro

Mas amanhã mamãe

Solta a criança

Deixa chover e chuá

Que vente e me molhe

Do terreiro faça lama

Amaná mirim virá dançar

Lave minha casa

Afogue a fumaça do braseiro

Dilua o licor da taça

Faça chuva o dia inteiro

Que a felicidade de terra seca

É virar um lameeiro!


17-05-09

-/-

Quando indeciso entre as matérias da alma

Meu coração acocora-se e chora

Pressentindo a guerra das lâminas cegas

Dores de preguiça lancinante

E parto-me sedento

Em pequenas fatias de saudade

Apontadas em direções opostas

Conflituosas

Com margens sinuosas que se entrelaçam

Ah demente sedência que me calafria

As serpentes que se amam

Mais eu, mastro teu

Minhas serpentes se amam

E, comigo

Danam.

16/05/09

terça-feira, maio 12, 2009

Inintrajornadadivinescabardicaoraculosa

Antes de acordar, sonhei três vezes minhas despedidas.

Quando a Autoestima caiu de bicicleta, sozinha, na noite escura, o Autocontrole tentou ser equilibrista sem rede.

Lembrei-me dos antigos mestres não citados. E me esqueço de seus nomes. Lembrei-me do senhor obscuro falando-me de amor. Aquele que eu fui à tempos. Minha máscara do passado. Terei eu, dessa, uma na próxima?

Pois In intrajornada divinesca bardica oraculosa, o grão, da espiga cai.

11:22 - 12 de maio 09